16/03/2013
A new chapter for Sporting CP: Women Futsal

Vera Bettencourt (Photo courtesy: Adriana Diniz)
Interview with new Sporting CP women futsal team coach Vera Bettencourt

by Adriana Diniz - check her blog!

Portuguese Text


Vera Bettencourt o novo rosto do Sporting

Recém contratada para coordenação técnica das equipas femininas do Sporting um dos pioneiros da modalidade em Portugal, a treinadora que estava no Benfica e com um vasto currículo na modalidade onde se destacam cinco vezes vencedora da Taça da Associação de Futebol de Lisboa, quatro vezes vencedora Taça Nacional e vencedora da Taça Ibérica, foi o nome escolhido para esse grandioso projeto do futsal feminino.

"Uma das maiores referências do futsal feminino em Portugal, como é a Vera Bettencourt, o que nos dá garantias de enorme qualidade no trabalho técnico". No Sporting, só entramos em projectos para vencer e este projecto do futsal feminino será um grande projecto com inúmeras valências que, a seu tempo divulgaremos, mas que vai engrandecer ainda mais o palmarés do Clube declara Miguel Albuquerque, director do futsal do Sporting para o site oficial.

Recentemente você foi contratada pelo Sporting para um projeto no futsal feminino, nos conte como foi esse convite?
Fui contactada pelo Miguel Albuquerque, director do Departamento de Futsal do Sporting, que me apresentou o projecto e eu aceitei. Para mim foi uma grande honra receber este convite para fazer parte de um projecto sério, dentro de uma estrutura profissional e liderado por pessoas competentes que acreditam que o futsal feminino no Sporting vai ser um sucesso.

O que a levou a ser treinadora de Futsal?
O gosto pelo desporto, fiz o meu percurso normal como jogadora e sempre soube que, quando deixasse de jogar, seria treinadora. Foi algo muito natural.

No início da sua carreira alguma pessoa te influenciou?
Não, tudo aconteceu naturalmente. Direccionei a minha carreira nesse sentido. Aprendi com quem tinha mais experiência, comecei pela formação e só mais tarde treinei seniores, o que me foi permitindo crescer também como treinadora.

Você foi a primeira mulher a treinar equipes masculinas no Distrital de Lisboa e na Divisão de Honra. Nos conte sobre isso.
Em 2009 fui tirar o curso Nível III de futsal e, depois de o terminar, recebi um convite para ir “ajudar” a treinar uma equipa sénior masculina na 1ª Divisão Distrital de Lisboa. As coisas correram bem. Um mês mais tarde já era a treinadora principal. Esta equipa acabou por subir à divisão de Honra. Ainda durante a época, aceitei outro convite para treinar o GD Operário, que estava na 2ª Divisão Distrital e a equipa foi campeã, subindo de Divisão. No ano seguinte voltaram a ser campeões e subiram para a Honra, onde se encontra actualmente.
Ou seja, em 3 anos consegui 3 subidas de divisão e conquistei 2 campeonatos distritais em masculinos.
A experiência tem sido fantástica. Tenho aprendido muito e acredito que hoje sou melhor treinadora e que estou mais bem preparada.
Mas todo este sucesso não se deve apenas ao trabalho de uma pessoa. Não posso deixar de mencionar as pessoas que acreditaram em mim, agradecendo ao João Guimarães e ao Pereira GD Operário, por terem tido a coragem de apostar numa mulher para treinar as equipas masculinas. Agradeço também à minha equipa técnica que me acompanha ao longo destes anos (Filipe Carneiro, Ricardo Silva e Francisco Megre no 1º ano), bem como aos jogadores que treino e treinei, por terem tido a coragem de serem liderados por uma mulher.


Sobre o futsal feminino em Portugal e em outras partes do mundo, como você avalia o que falta para que o futsal feminino seja encarado de uma forma melhor pela Fifa.
Aos poucos vamos trocando informações sobre a realidade dos outros países e depressa percebemos que todos têm dificuldades.

Estamos a falar do desporto no feminino, que em alguns países não é valorizado e que culturalmente não é bem aceito, porque as mulheres são educadas para fazer desportos femininos, que valorizem mais uma imagem dócil e elegante como o ballet, a dança ou a ginástica. O futsal/futebol é tudo menos isso. Muitas vezes, somos nós, as mulheres, as primeiras a colocar entraves para não deixarmos as nossas filhas jogar futsal/futebol, por não ser ainda uma situação bem aceite na nossa sociedade. Em Portugal, também sofremos ainda deste problema cultural.

Depois, as Associações de Futebol colocam o futsal feminino na formação. Ou seja, é obrigatório para quem tem equipas de seniores masculinos ter futsal feminino ou escalões abaixo dos seniores.
Financeiramente não é atractivo para as empresas patrocinarem o futsal feminino, pois não existe retorno. Aqui, as equipas vivem à custa de mecenas, de familiares que ajudam, e dos treinadores que gostam muito da modalidade. O futsal feminino é amador, não existem treinadores profissionais, pois raramente os mesmos são remunerados. Tudo isto é uma brincadeira que a nos custa dinheiro, a nós, treinadores, sendo para muitos encarado como um hobby. E alguns vivem na esperança de um dia darem o salto para o masculino, para serem devidamente valorizados.

Temos que alterar esta situação e a solução passa por todos os intervenientes, sejam dirigentes, treinadores ou atletas ligados ao futsal feminino. As pessoas que têm gosto e experiência nesta modalidade têm de estar nos lugares de decisão, de modo a que esta possa evoluir e ser profissional, sustentada por projectos bem estruturados. Os clubes têm de tratar a modalidade feminina como tratam a masculina. Quando conseguirmos fazer tudo isto, teremos mais condições e credibilidade para que invistam no futsal feminino e talvez assim, a FIFA perceba que futsal feminino tem tudo para ser um sucesso.


Recentemente nós tivemos o Mundial de Futsal feminino em Portugal, faça sua avaliação sobre a estrutura e as equipes participantes?
Foi um Mundial muito bem organizado. O facto da RTP2 ter transmitidos os jogos de Portugal deu a conhecer ao País a existência de futsal feminino. Muitas pessoas nem tinham noção que as meninas também sabem jogar futsal.
Estiveram presentes 10 selecções que abrilhantaram este evento, e as 4 equipas que chegaram às meias-finais (Brasil, Portugal, Espanha e Russia) são, desde há uns tempos, as melhores ao nível táctico e técnico. Não posso deixar de realçar a equipa do Irão, que está a trabalhar muito bem, bem como a Ucrânia que é uma forte candidata a fazer parte do grupo das 4 melhores. De uma maneira geral, todas as outras, equipas, a meu ver, estão no bom caminho para se tornarem cada vez mais competitivas.
Gostaria de ver mais mulheres a fazerem parte das equipas técnicas das Selecções, porque existem muitas treinadoras de qualidade e o exemplo veio do próprio Irão.


Em que pontos o futsal tem que melhorar?
Temos que apostar na formação de qualidade. Os clubes têm que saber qual o caminho que querem percorrer em relação ao futsal, através de projectos bem estruturados e credíveis, colocando as pessoas que têm qualidade e que gostem da modalidade nos lugares certos.

Em quais aspectos o futsal internacional já alcançou um nível satisfatório?
Na organização de torneios internacionais, mundiais de futsal masculino e feminino. Cada vez há mais países a apostar no futsal, mas ainda temos um logo caminho a percorrer.

Tem algum treinador como referência?
Tenho vários. Todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, passaram na minha vida, como atleta e como aluna, nos vários cursos que tirei de futsal e nas acções de formação que participei. Todos continuam a ter influência na treinadora que sou hoje.

Jogos Olímpicos: você acredita que faremos parte deles?
Sinceramente, penso que não será tão cedo. Existem outros interesses e quem decide, por vezes, é influenciado por quem “manda”. Como disse anteriormente, os países escandinavos têm que fazer parte dos países que têm futsal, só assim poderá ser uma realidade.

Qual é a importância da sua família em sua carreira?
Sem ela nunca teria conseguido chegar onde estou neste momento. São o meu “porto de abrigo”, por isso aproveito para lhes dizer que tudo o que conquistei a eles o devo e gostaria de agradecer por estarem sempre do meu lado, pelas ausências que foram muitas e pelo o facto de terem compreendido que é este o caminho que escolhi, que me faz feliz.

Do que você não abre mão
De trabalhar com qualidade, investir para cada dia ser melhor. Não abdico da honestidade, lealdade e dos nossos princípios, mesmo sabendo que, no desporto, hoje somos muito bons e amanhã já não valemos nada.





Adriana Diniz Blog


www.agla.it


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Posted by Luca Ranocchiari --> luca.ranocchiari@futsalplanet.com


 


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